sábado, 22 de abril de 2017

Aula 5 - Digestão Fermentativa


 

- A digestão fermentativa é mais lenta uma vez que precisa das enzimas de bactérias para ser realizada e o grau de digestão que o alimento sofre é maior.

 - São monogástricos (fermentadores caudais) ~> coelhos, capivaras e equídeos. 




 - São poligástricos (fermentadores craniais ou crânio-caudais) ~> caprídeos, girafídeos, bovídeos, bubalídeos, ovídeos


  

 * o rúmen ocupa cerca de 200 litros ou mais no lado esquerdo do animal.

 - O jejum prolongado pode causar graves problemas para as colônias de bactérias presentes no rúmen.

 

São condições para a fermentação:

1. Estase (= parada do alimento que faz necessária uma dilatação com movimento controlado no tubo gástrico);


Fonte: ronynsight 


2. Anaerobiose - necessária para que as reações ocorram.



3. pH - O pH no rúmen deve estar próximo ao neutro (de 6,5 a 7,5), mesmo com tendência à acidose.


4. Substrato - deve ser ofertado regularmente

- O alimento mais fibroso (rico em fibra vegetal) não deve ser substituído por alimento concentrado (pobre em fibra vegetal e rico em amido) e, em períodos de seca que a substituição for necessária deve ser feita paulatinamente.
   - se a substituição for feita abruptamente causa prejuízos à flora ruminal.



Fonte: theinsidersnet

- À medida que o animal começa o pastoreio começa a desenvolver mais o rúmen, as câmaras levam 4 meses para se desenvolverem em criação extensiva e 1 mês com desmame precoce.



Fonte: milkpoint

- O excesso de gases no estômago, chamado timpanismo, gera a expansão do rúmen e do retículo e causa cólicas, que podem levar ao óbito do animal.

 - Remoção regular e eficiente de substâncias tóxicas e/ou nocivas ao sistema fermentativo.                                                                                                                                                                                                          
 - Lignina é um polímero orgânico que une as fibras de celulose, fica no caule conferindo dureza.

 - Vaca Louca, uma doença priônica (= doenças neurodegenerativas raras que acometem seres humanos e outros animais), tem como causa especulada a incorporação de carne e ossos de humanos jogados no Rio Gandhi à ração produzida na Índia para gados ingleses comerem.

 * o omaso, também chamado de livro, filtra o alimento que está no estado líquido dentro do estômago.

 - Fungos, que têm pequena capacidade de digerir lignina e protozoários fazem parte da digestão mas as bactérias são indispensáveis para a digestão. Além deles os protozoários e as bactérias também participam da digestão.




As bactérias que atuam na digestão podem ser classificadas segundo a sua função metabólica em:


Fonte: scielo.org



Bactérias fermentadoras de carboidratos estruturais: 
1. Celulolíticas - degradam a celulose 
2. Hemicelulolíticas - degradam e a hemicelulose

3. Pectinolíticas - Pectina é um polímero estrutural mas sua fermentação é semelhante à de carboidratos não estruturais
4. Amilolíticas - bactérias fermentadoras de carboidratos não estruturais.

5. Lipolíticas - hidrolisam triglicerídeos em glicerol e ácidos graxos e há uma espécie que utiliza ribose, frutose, glicerol e lactato como fontes de carbono e energia.

6. Proteolíticas - existem algumas espécies que utilizam principalmente aminoácidos como substratos energéticos.

Fonte: blog


7. Ureolíticas - estão aderidas ao epitélio ruminal e liberam amônia ao hidrolisar ureia 

8. Utilizadoras de açúcar
9. Utilizadoras de ácidos

 - Há ainda as bactérias metanógeas, que produzem metano a partir de CO2 e H2 gerados pela fermentação de outras espécies e as bactérias láticas, que crescem em baixo pH ruminal e usam, entre outros, ácido lático como substrato energético.
Fonte: blog

 - De acordo com a função metabólica, as bactérias podem ser Amoniogênicas, Metanogênicas, ou Sintetizadoras de Vitaminas.

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Fonte: scielo


 - Resumidamente, glicídeos, proteínas e lipídeos são transformados em ácidos graxos após fermentação em câmaras no trato gastrointestinal 

 - Celulose, amido, hemicelulose e pectina são glicídeos importantes encontrados em vegetais.

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Fonte: slides



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Fonte: qnint.sbq

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Fonte: emaze

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Fonte: wikipedia

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Fonte:food-info


Ainda sobre os glicídeos na fermentação:





Fonte: Slides

 - Em uma dieta rica em fibras acetato corresponde a 70% do produto total da fermentação, propionato a 20% e o butirato a 10%. Já em uma dieta rica em amido, são formados 60% de acetato, 30% de propionato e 10% de butirato.


 - Compostos nitrogenados em ruminantes:

 - Cecotrofia - coelhos utilizam como forma de aproveitar proteínas que eram jogadas fora. Consiste em recomeçar a digestão a partir a ingestão do material eliminado. Geralmente acontece de manhã.

 - Possíveis destinos dos metabólitos absorvidos em herbívoros:

1. Ciclo de Krebs

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Fonte: alunosonline

2. Gliconeogênese

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Fonte: ufpe

3. Lipogênese

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Fonte: slideshare

4. Cetogênese

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Fonte: slideplayer

 - Doenças relacionadas:

1. Timpanismo
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Fonte: slideshare

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 Fonte: slideshare

2. Acidose Ruminal

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Fonte: bicarz

A doença também é conhecida como: Indigestão Aguda por Carboidratos em Ruminantes, Sobrecarga Aguda por Grãos, Impactação Ruminal Aguda, Sobrecarga Ruminal, Acidose Láctica,Indigestão Tóxica, Indigestão Ácida.

Possíveis causas incluem mudanças bruscas no regime alimentar, de forma que o consumo de grãos é aumentado sem adaptação prévia da microflora ruminal, ou pelo alto consumo acidental de grãos pelo gado que tem acesso a grandes quantidades de grãos armazenados (ex.: animais que arrombam depósito de grãos; auxiliar desinformado que fornece grande quantidade de grãos), como grãos finamente moídos (trigo, cevada, milho). Também ocorre quando os bovinos são colocados em pasto verde, com milho verde deixado no solo, quando recebem restos de grãos perdidos durante a trituração, ou quando ocorre alimentação irregular com grandes quantidades de outros alimentos menos comuns (pão, massa de padaria, resíduos de cervejaria, soluções concentradas de sacarose usadas em apicultura, maçãs, peras, batatas beterraba, soro de leite). 

Tratamento: O uso de bicarbonato ou carbonato de magnésio é satisfatório apenas nos casos leves, sendo, muitas vezes, necessário o uso de sonda para esvaziamento do conteúdo ruminal. O uso de óleos e antifermentativos poderá ser útil para auxiliar a evacuação e para reduzir a absorção dos ácidos e das toxinas. Antibióticos são capazes de controlar o crescimento de bactérias produtoras de ácido láctico.

Como medida profilática, deve-se evitar mudanças bruscas na alimentação do animal ruminante. Caso seja necessário mudar a dieta, a introdução do novo alimento deve ser feita paulatinamente para "acostumar" a flora bacteriana ruminal do animal.

Fonte: cpt

3. Retículo-Pericardite Traumática

A espécie bovina não possui órgãos de preensão altamente sensíveis, lábios, línguas, e nem um sentido do paladar com grande poder de discriminação. Os corpos estranhos deglutidos podem-se alojar na parte superior do esôfago ou podem entrar em vários sacos do complexo rúmem-retículo antes de se alojar no retículo, isso ocorre devido a presença das pregas de seu revestimento mucoso.
A maioria das penetrações ocorrem na parte baixa da parede cranial do retículo, mas algumas ocorrem lentamente na região do baço e medialmente em direção ao fígado. A infecção localizada estabelecida por esta lesão produz inflamação da parede do pré estomago e dor na porção anterior do abdome. Ambos fatores inibem a motilidade dos pré–estômagos, o apetite, e o fluxo aboral do material ingerido. 
Se a parede do retículo for agredida sem perfuração, o corpo estranho poderá permanecer fixado no local por longos períodos, sendo gradualmente corroído. Se o corpo estranho for prego, pode permanecer por até um ano. 
Bovinos afetados podem sobreviver por semanas ou meses, até que ocorra a morte por insuficiência cardíaca congestiva e septicemia. 
Dentre os sinais clínicos podemos citar o aparecimento rápido de anorexia completa, acentuada queda de produção de leite, febre moderada, atonia rumenal, dor a palpação profunda da porção ventral do abdômen, elevada contagem dos leucócitos.

O gado leiteiro manejado no sistema intensivo tem maior predisposição a apresentar retículo pericardite traumática, devido a presença de corpos estranhos presentes na alimentação. 
Assim, todo alimento processado deve passar pelos magnitos para remover materiais metálicos, prevenindo a ingestão de corpos estranhos ou introdução de ímãs nos animais, e conseqüentemente a perda de produção dos animais e mesmo o óbito destes.

Fonte: faef

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Fonte: andravirtual

4. Cólica Equina

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Fonte: cpt

Alimentos deteriorados, como forrageiras e concentrados mofados, mal conservados ou vencidos são os principais responsáveis pela formação de gases ou líquidos de fermentação que causam cólicas nos equinos.

- Os tipos de cólicas que mais afetam os equinos são: 

Cólica de impacto, quando há uma obstrução, geralmente no intestino grosso, por uma sobrecarga de alimento fibroso não digerível; 

Cólica por gases que ocorre mais frequentemente no intestino grosso, devido ao estiramento do intestino, que leva à dor abdominal; 

Cólica espasmódica é quando há exacerbada contração peristáltica no sistema gastrointestinal dos equinos, devido a um acúmulo de gás dentro do aparelho digestivo destes animais; 

Cólica causada por parasitas é quando há uma obstrução devido a um grande número de parasitas, como o Parascaris equorum; 

Colite que é quando há inflamação do intestino grosso; 

Deslocamento ou torção gástrica: quando o intestino localiza-se em uma posição anormal do abdômen, podendo muitas vezes torcer, isto recebe o nome de vólvulo.

 - Alguns sintomas de cólica são: 

O cavalo deita-se ou tenta espojar-se, raspa no chão, transpira exageradamente para um cavalo que está em repouso, fica agitado, os flancos ficam encovados e duros. Adota uma postura anormal, que recebe o nome de “cavalo pensador”. Em casos de animais castrados, eles passam a expor o pênis sem urinar; urinam mais frequentemente e em pequenas quantidades; bate continuamente na água sem bebê-la.

Na fase inicial a dor é intermitente, podendo durar cerca de 10 minutos, com intervalos de relaxamento. Nos casos mais graves a dor é sempre contínua e pode ocorrer a adição de sinais de choque, sudorese abundante, respiração ofegante e movimentos involuntários.

É comum observar um aumento da frequência respiratória, já uma dispneia em forma de soluço aparece nas fases finais, quando o choque e a desidratação atingem seu pico máximo. A defecação pode ser observada, mas é de difícil interpretação, pois antes da obstrução o animal ainda pode ter fezes no reto e pode eliminá-las várias vezes antes de observar-se o sintoma mais comum, que é reto vazio com mucosa aderida.

Fonte: pcavalos

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Fonte: anhambi

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