quarta-feira, 10 de maio de 2017

Aula 7 - Bioquímica do Meio Interior e Proteínas Plasmáticas

- Meio interno é o conjunto de líquido extracelular com o sangue, linfa, líquido intersticial, etc.

- Interstício (onde fica o líquido intersticial) é onde há trocas de substâncias, metabólitos, excretas e outras moléculas.

- pH normal do sangue é entorno de 7,4.

- Soro (amarelado) é uma fração líquida e acelular do sangue que contém parte das proteínas sanguíneas. Não é necessário anticoagulante, tem anticorpos e por isso é usado para identificar enfermidades.

- Plasma (transparente a amarelo): porção líquida acelular que contém todo o conteúdo de proteínas originalmente no sangue, é necessária a adição de anticoagulante e centrifugação.

- Fibrinogênio origina a fibrina, que pode ser comparada a um cimento assim como as plaquetas podem ser os tijolos do coágulo.-

- A Fibrina forma uma rede que leva muitas células gerando um coágulo.

- Sangue ~> função: transporte (de O2, nutrientes, hormônios, etc.), controle homeostático (receptores do cérebro fazem medições da glicose, volume da água, etc. para fazer as regulações necessárias), balanço ácido-base, regulação da temperatura, defesa (imunidade celular e humoral) e autodefesa (coagulação e fibrinose).

- Eritrócitos: hemácias, possuem alta concentração no sangue.

- Leucócitos: neutrófilos, monócitos. Participam da imunidade.

- Plaquetas: participam na homeostase, fazem tapão plaquetário em extravasam.

 - Nos líquidos extracelulares há muito Cl-, Na+, HCO3-, enquanto que no citosol há mais K+ e proteínas.


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Proteínas plasmáticas

Principais: albuminas e globulinas (de 7 a 11g/dl é o normal das duas)

- desempenham funções de homeostasia.

- as albuminas representam de 50 a 55% das proteínas plasmáticas e é doadora de aminoácidos, transportadora genérica para componentes hidrofóbicos, sais, bilirrubina, etc.). é Hidrofílica, o que leva à função de controla da osmolaridade.

- o tamanho necessário para as proteínas não serem filtradas pelo rim é de 69kd de peso.

- Hiperalbuminemia afugenta H2O do vaso, gerando edemas generalizados por acúmulo de H2O em lugares inadequados.

- Globulina é transportadora mais específica, umas só carregam Cu+2, ou vitamina D, etc.). É menos hidrofílica que a albumina, glicoproteica na maioria das vezes.

- Fracionamento por Salting in e Salting out~> precipitam mais rápido porque reagem menos com a água. Adição de sal fera diferentes reações
 nas 2 proteínas. 

- Salting in é um pequeno aumento da [sal] que é igual a proteína + absorvida.

- Salting on é um grande aumento da [sal] que é igual a proteína que precipita. 

- Fracionamento por eletroforese gera um gráfico com padrão densiométrico.

- proteína fica com carga negativa devido ao pH +9 da solução.

- As globulinas tem menos carga e por isso é mais lenta. 

- IgG é a mais comum e abundantes, é passada pela mãe, guardam doenças enquanto IgM indica uma enfermidade presente.


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Aula 6 - Destino dos nutrientes após a absorção

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Fonte: resumoescolar

 - Os principais combustíveis metabólicos são:

Glicose, aminoácidos, ácidos graxos e corpos cetônicos.

 * No Ciclo de Krebs o acetato não gera energia porque os 2 carbonos do acetil-CoA são liberados, sem gerar energia.

 * Uma gordura tem que ser ímpar e ter 2 carbonos no final da cadeira para formar glicose, por isso só o ácido graxo propionato, com 7 carbonos, é capaz de gerar glicose.

 * O fígado regula a glicemia através da primeira fosforilação, feita pela glicoquinase.
 - A afinidade pela hexoquinase é maior do que pela glicoquinase, o que impede que os tecidos não-hepáticos recebam a glicose, permitindo a ação da insulina no fígado.

 * O aumento de ATP inibe o Ciclo de Krebs.

 * O glicogênio pode ocupar até cerca de 10% do volume do fígado.

A homeostasia se combustíveis é mantida por diversos eixos, por exemplo o insulina-glucagon, hipotalâmico-hipofisário e o sistema nervoso central.

A drenagem do intestino pela veia porta leva a glicose e os aminoácidos para o fígado enquanto os triglicerídeos são absorvidos pelo sistema linfático.

O fígado é um "órgão sentinela" uma vez que todos os nutrientes absorvidos passam por ele antes de ir para a circulação de onde serão distribuídos para os tecidos, podendo modificar os componentes sanguíneos.

A síntese de ácidos graxos a partir de carboidratos acontece quando o piruvato entra na mitocôndria (esse piruvato surge uma vez que há excesso de glicose e a glicólise está ativa), o piruvato vai a acetil CoA (numa reação irreversível) que vai entrar no Ciclo de Krebs. 
 - Essa reação irreversível torna impossível a transformação de ácido graxo em carboidrato.

 Os ácidos graxos são "empacotados" como VLDL, mas antes eles são esterificados em triacilgliceróis.

Os aminoácidos absorvidos podem ser classificados em:
 - aminoácidos essenciais ou aminoácidos de transporte ~> aspartato, glutamato e alanina;
 - aminoácidos de cadeia ramificada ou BCAA's ~> valina, leucina, isoleucina

Os aminoácidos são absorvidos pelos enterócitos (=células do intestino) e a partir do fígado vão para a circulação sanguínea através da veia porta.

Alanina é o principal aminoácido do sangue portal.


Fonte: youtube

 - pouco mais de 20% dos aminoácidos que chegam ao fígado durante a fase proteica vão para a circulação, parte vai  para a síntese proteica para repor os aminoácidos do fígado ou para compor as proteínas célicas.

 * o Acetil CoA não é capaz de subir ao Ciclo de Krebs porque ele doa 2 carbonos na segunda volta que irão sair na forma de CO2.

Sintetizar glicose a partir de aminoácidos é importante para animais que são carnívoros verdadeiros uma vez que dieta deles é rica em aminoácidos e pobre em carboidrato.

 -ácidos graxos recém sintetizados no fígado e exportados na forma de VLDL.



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Fase de absorção: período relativamente breve, em geral poucas horas, que acontece entre as refeições em alimais bem alimentados.
São variações de curto prazo que levam nutrientes dos depósitos para fora dos locais de armazenamento, para os tecidos metabolicamente ativos, para que sejam utilizados.

Glicemia: conforme a glicemia diminui a concentração de insulina no sangue também diminui e a secreção de glucagon, tendo o fígado como alvo primário, é aumentada.

No fígado a adenil-ciclase é ativada, produzindo o AMP cíclico (AMPc) que, por sua vez, ativa a proteína quinase A que fosforila outras proteínas. Dessa forma, diversas proteínas se encontram fosforiladas na fase de pós absorção.

A fosforilação é um mecanismo covalente pra reação enzimática, por isso pode ativar ou inativar uma enzima; enzimas que estimulam a mobilização e a utilização dos combustíveis são estimuladas por fosforilação, já as que estimulam o armazenamento de combustíveis são inativadas. Assim, o glucagon coloca o fígado em estado de utilização de combustível.


 - A fosforilação estimula a glicose-1,6-bifosfatase(enzima chave da gliconeogênese) e a glicogênio-fosfatase.

 - A glicogênio-sintetase e a fosfofrutoquinase estão inibidas durante a pós absorção.

Fonte: youtube

Fonte: slideshare

O Fígado reage a essa baixa de glicose mobilizando os aminoácidos para garantir a gliconeogênese.

Com o declínio da [insulina] no sangue ocorre a redução da entrada de aminoácidos e de glicose vindo do sangue, logo há degradação de proteína para obter suprir a queda de aminoácidos e o músculo também utiliza aminoácidos para suprir a falta de glicose. Dessa forma está ocorrendo proteólise no músculo no período pós-absortivo, oferendo glicose pro músculo e esqueletos carbônicos para o fígado utilizar na gliconeogênese e produzir glicose para o organismo.

O catabolismo de proteínas no músculo utiliza os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), que são também os formadores de aproximadamente 1/3 dos aminoácidos musculares. A transferência de grupo amino para outro alfa-cetoácido deixando o aminoácido se transformar em seu análogo ceto que vai ser utilizado no ciclo de Krebs gerando energia.

Além disso, os BCCA podem servir de suplemento para a síntese de alanina que vai para o fígado ser direcionada para a gliconeogênese. Essas interconversões são necessárias porque só ela serve para o fígado.

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Fonte: loldpersonal

Os ácidos graxos armazenados no tecido adiposo são liberados pela ativação da enzima lipase hormônio sensível estimulada por um hormônio (adrenalina ou noradrenalina principalmente, mas também do glucagon). O aumento do AMPc estimula a enzima triacilglicerol lipase hormônio sensível que quebra triglicerídeo em ácidos graxos livres (=não esterificados) que serão transportados pela albumina até serem utilizados.


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Durante a fase de jejum ou subnutrição prolongada seria ruim para os animais depender das proteínas musculares, por isso a energia vai ser gerada principalmente pela degradação dos triglicerídeos do tecido adiposo através de seus ácidos graxos. Isso acontece sendo mantida uma taxa basal de gliconeogênese para suprir a demanda de glicose para os tecidos que tem glicose como preferência como as hemácias.

No jejum os intermediários do ciclo de Krebs estão sendo pegos para gerar glicose, assim o acetil-CoA é transformado em corpos cetônicos que são pegos para circular no sangue e serem captados pelo coração, músculo esquelético, rim e cérebro, onde serão transformados em acetil-CoA para gerar energia.

Fonte: youtube

Mesmo depois de dias a gliconeogênese se mantém porque é ela que vai manter a glicemia no jejum prolongado.

O glicogênio hepático é gasto rapidamente e a proteólise acontece continuamente embora as proteínas sejam preservadas.

Depois de muito tempo em jejum, quando a gordura corporal decai bastante e há uma perda muscular muito grande, que é o que acaba levando à morte.


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sábado, 22 de abril de 2017

Aula 5 - Digestão Fermentativa


 

- A digestão fermentativa é mais lenta uma vez que precisa das enzimas de bactérias para ser realizada e o grau de digestão que o alimento sofre é maior.

 - São monogástricos (fermentadores caudais) ~> coelhos, capivaras e equídeos. 




 - São poligástricos (fermentadores craniais ou crânio-caudais) ~> caprídeos, girafídeos, bovídeos, bubalídeos, ovídeos


  

 * o rúmen ocupa cerca de 200 litros ou mais no lado esquerdo do animal.

 - O jejum prolongado pode causar graves problemas para as colônias de bactérias presentes no rúmen.

 

São condições para a fermentação:

1. Estase (= parada do alimento que faz necessária uma dilatação com movimento controlado no tubo gástrico);


Fonte: ronynsight 


2. Anaerobiose - necessária para que as reações ocorram.



3. pH - O pH no rúmen deve estar próximo ao neutro (de 6,5 a 7,5), mesmo com tendência à acidose.


4. Substrato - deve ser ofertado regularmente

- O alimento mais fibroso (rico em fibra vegetal) não deve ser substituído por alimento concentrado (pobre em fibra vegetal e rico em amido) e, em períodos de seca que a substituição for necessária deve ser feita paulatinamente.
   - se a substituição for feita abruptamente causa prejuízos à flora ruminal.



Fonte: theinsidersnet

- À medida que o animal começa o pastoreio começa a desenvolver mais o rúmen, as câmaras levam 4 meses para se desenvolverem em criação extensiva e 1 mês com desmame precoce.



Fonte: milkpoint

- O excesso de gases no estômago, chamado timpanismo, gera a expansão do rúmen e do retículo e causa cólicas, que podem levar ao óbito do animal.

 - Remoção regular e eficiente de substâncias tóxicas e/ou nocivas ao sistema fermentativo.                                                                                                                                                                                                          
 - Lignina é um polímero orgânico que une as fibras de celulose, fica no caule conferindo dureza.

 - Vaca Louca, uma doença priônica (= doenças neurodegenerativas raras que acometem seres humanos e outros animais), tem como causa especulada a incorporação de carne e ossos de humanos jogados no Rio Gandhi à ração produzida na Índia para gados ingleses comerem.

 * o omaso, também chamado de livro, filtra o alimento que está no estado líquido dentro do estômago.

 - Fungos, que têm pequena capacidade de digerir lignina e protozoários fazem parte da digestão mas as bactérias são indispensáveis para a digestão. Além deles os protozoários e as bactérias também participam da digestão.




As bactérias que atuam na digestão podem ser classificadas segundo a sua função metabólica em:


Fonte: scielo.org



Bactérias fermentadoras de carboidratos estruturais: 
1. Celulolíticas - degradam a celulose 
2. Hemicelulolíticas - degradam e a hemicelulose

3. Pectinolíticas - Pectina é um polímero estrutural mas sua fermentação é semelhante à de carboidratos não estruturais
4. Amilolíticas - bactérias fermentadoras de carboidratos não estruturais.

5. Lipolíticas - hidrolisam triglicerídeos em glicerol e ácidos graxos e há uma espécie que utiliza ribose, frutose, glicerol e lactato como fontes de carbono e energia.

6. Proteolíticas - existem algumas espécies que utilizam principalmente aminoácidos como substratos energéticos.

Fonte: blog


7. Ureolíticas - estão aderidas ao epitélio ruminal e liberam amônia ao hidrolisar ureia 

8. Utilizadoras de açúcar
9. Utilizadoras de ácidos

 - Há ainda as bactérias metanógeas, que produzem metano a partir de CO2 e H2 gerados pela fermentação de outras espécies e as bactérias láticas, que crescem em baixo pH ruminal e usam, entre outros, ácido lático como substrato energético.
Fonte: blog

 - De acordo com a função metabólica, as bactérias podem ser Amoniogênicas, Metanogênicas, ou Sintetizadoras de Vitaminas.

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Fonte: scielo


 - Resumidamente, glicídeos, proteínas e lipídeos são transformados em ácidos graxos após fermentação em câmaras no trato gastrointestinal 

 - Celulose, amido, hemicelulose e pectina são glicídeos importantes encontrados em vegetais.

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Fonte: slides



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Fonte: qnint.sbq

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Fonte: emaze

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Fonte: wikipedia

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Fonte:food-info


Ainda sobre os glicídeos na fermentação:





Fonte: Slides

 - Em uma dieta rica em fibras acetato corresponde a 70% do produto total da fermentação, propionato a 20% e o butirato a 10%. Já em uma dieta rica em amido, são formados 60% de acetato, 30% de propionato e 10% de butirato.


 - Compostos nitrogenados em ruminantes:

 - Cecotrofia - coelhos utilizam como forma de aproveitar proteínas que eram jogadas fora. Consiste em recomeçar a digestão a partir a ingestão do material eliminado. Geralmente acontece de manhã.

 - Possíveis destinos dos metabólitos absorvidos em herbívoros:

1. Ciclo de Krebs

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Fonte: alunosonline

2. Gliconeogênese

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Fonte: ufpe

3. Lipogênese

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Fonte: slideshare

4. Cetogênese

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Fonte: slideplayer

 - Doenças relacionadas:

1. Timpanismo
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Fonte: slideshare

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 Fonte: slideshare

2. Acidose Ruminal

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Fonte: bicarz

A doença também é conhecida como: Indigestão Aguda por Carboidratos em Ruminantes, Sobrecarga Aguda por Grãos, Impactação Ruminal Aguda, Sobrecarga Ruminal, Acidose Láctica,Indigestão Tóxica, Indigestão Ácida.

Possíveis causas incluem mudanças bruscas no regime alimentar, de forma que o consumo de grãos é aumentado sem adaptação prévia da microflora ruminal, ou pelo alto consumo acidental de grãos pelo gado que tem acesso a grandes quantidades de grãos armazenados (ex.: animais que arrombam depósito de grãos; auxiliar desinformado que fornece grande quantidade de grãos), como grãos finamente moídos (trigo, cevada, milho). Também ocorre quando os bovinos são colocados em pasto verde, com milho verde deixado no solo, quando recebem restos de grãos perdidos durante a trituração, ou quando ocorre alimentação irregular com grandes quantidades de outros alimentos menos comuns (pão, massa de padaria, resíduos de cervejaria, soluções concentradas de sacarose usadas em apicultura, maçãs, peras, batatas beterraba, soro de leite). 

Tratamento: O uso de bicarbonato ou carbonato de magnésio é satisfatório apenas nos casos leves, sendo, muitas vezes, necessário o uso de sonda para esvaziamento do conteúdo ruminal. O uso de óleos e antifermentativos poderá ser útil para auxiliar a evacuação e para reduzir a absorção dos ácidos e das toxinas. Antibióticos são capazes de controlar o crescimento de bactérias produtoras de ácido láctico.

Como medida profilática, deve-se evitar mudanças bruscas na alimentação do animal ruminante. Caso seja necessário mudar a dieta, a introdução do novo alimento deve ser feita paulatinamente para "acostumar" a flora bacteriana ruminal do animal.

Fonte: cpt

3. Retículo-Pericardite Traumática

A espécie bovina não possui órgãos de preensão altamente sensíveis, lábios, línguas, e nem um sentido do paladar com grande poder de discriminação. Os corpos estranhos deglutidos podem-se alojar na parte superior do esôfago ou podem entrar em vários sacos do complexo rúmem-retículo antes de se alojar no retículo, isso ocorre devido a presença das pregas de seu revestimento mucoso.
A maioria das penetrações ocorrem na parte baixa da parede cranial do retículo, mas algumas ocorrem lentamente na região do baço e medialmente em direção ao fígado. A infecção localizada estabelecida por esta lesão produz inflamação da parede do pré estomago e dor na porção anterior do abdome. Ambos fatores inibem a motilidade dos pré–estômagos, o apetite, e o fluxo aboral do material ingerido. 
Se a parede do retículo for agredida sem perfuração, o corpo estranho poderá permanecer fixado no local por longos períodos, sendo gradualmente corroído. Se o corpo estranho for prego, pode permanecer por até um ano. 
Bovinos afetados podem sobreviver por semanas ou meses, até que ocorra a morte por insuficiência cardíaca congestiva e septicemia. 
Dentre os sinais clínicos podemos citar o aparecimento rápido de anorexia completa, acentuada queda de produção de leite, febre moderada, atonia rumenal, dor a palpação profunda da porção ventral do abdômen, elevada contagem dos leucócitos.

O gado leiteiro manejado no sistema intensivo tem maior predisposição a apresentar retículo pericardite traumática, devido a presença de corpos estranhos presentes na alimentação. 
Assim, todo alimento processado deve passar pelos magnitos para remover materiais metálicos, prevenindo a ingestão de corpos estranhos ou introdução de ímãs nos animais, e conseqüentemente a perda de produção dos animais e mesmo o óbito destes.

Fonte: faef

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Fonte: andravirtual

4. Cólica Equina

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Fonte: cpt

Alimentos deteriorados, como forrageiras e concentrados mofados, mal conservados ou vencidos são os principais responsáveis pela formação de gases ou líquidos de fermentação que causam cólicas nos equinos.

- Os tipos de cólicas que mais afetam os equinos são: 

Cólica de impacto, quando há uma obstrução, geralmente no intestino grosso, por uma sobrecarga de alimento fibroso não digerível; 

Cólica por gases que ocorre mais frequentemente no intestino grosso, devido ao estiramento do intestino, que leva à dor abdominal; 

Cólica espasmódica é quando há exacerbada contração peristáltica no sistema gastrointestinal dos equinos, devido a um acúmulo de gás dentro do aparelho digestivo destes animais; 

Cólica causada por parasitas é quando há uma obstrução devido a um grande número de parasitas, como o Parascaris equorum; 

Colite que é quando há inflamação do intestino grosso; 

Deslocamento ou torção gástrica: quando o intestino localiza-se em uma posição anormal do abdômen, podendo muitas vezes torcer, isto recebe o nome de vólvulo.

 - Alguns sintomas de cólica são: 

O cavalo deita-se ou tenta espojar-se, raspa no chão, transpira exageradamente para um cavalo que está em repouso, fica agitado, os flancos ficam encovados e duros. Adota uma postura anormal, que recebe o nome de “cavalo pensador”. Em casos de animais castrados, eles passam a expor o pênis sem urinar; urinam mais frequentemente e em pequenas quantidades; bate continuamente na água sem bebê-la.

Na fase inicial a dor é intermitente, podendo durar cerca de 10 minutos, com intervalos de relaxamento. Nos casos mais graves a dor é sempre contínua e pode ocorrer a adição de sinais de choque, sudorese abundante, respiração ofegante e movimentos involuntários.

É comum observar um aumento da frequência respiratória, já uma dispneia em forma de soluço aparece nas fases finais, quando o choque e a desidratação atingem seu pico máximo. A defecação pode ser observada, mas é de difícil interpretação, pois antes da obstrução o animal ainda pode ter fezes no reto e pode eliminá-las várias vezes antes de observar-se o sintoma mais comum, que é reto vazio com mucosa aderida.

Fonte: pcavalos

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Fonte: anhambi

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sábado, 15 de abril de 2017

Aula 4 - Digestão e Absorção de Proteínas

As proteínas são utilizadas como enzimas, para transporte de substâncias através de membranas ou do sangue, regulação, locomoção, sustentação, proteção e reserva energética.

expressão gênica consiste na transcrição (síntese do RNA mensageiro) e na tradução (a partir do RNA mensageiro surge uma proteína). A proteína formada pela expressão gênica é formada por 20 tipos diferentes de amino-ácidos, são obtidos através da hidrólise das proteínas ingeridas, que são combinados a fim de formar um maior número de proteínas.



  O Valor biológico da proteína varia de acordo com a quantidades de tipos de aminoácidos diferentes pelos quais ela é constituída: se ela possui quase os 20 diferentes aminoácidos ela é classificada como de alto valor biológico mas se ela tiver poucos tipos de aminoácido na sua estrutura primária ela vai ter pouco valor primário.

Exemplos: 
- O colágeno sempre tem a glicina a cada 3 aminoácidos também sendo comum achar uma prolina na segunda posição, o que empobrece mais ainda a proteína.
- A caseína, proteína do leite, possui alto valor biológico por ser constituída por quase todos os 20 aminoácidos.

  A digestão das proteínas acontece apenas no estômago uma vez que na boca elas sofrem apenas a maceração durante a mastigação devido à ausência de enzimas que quebrem proteína na boca.

- O suco gástrico é liberado quando há estímulos como o cheiro, a visualização ou a presença de um alimento não digerido no estômago

- A secreção do suco gástrico ocorre através de células que auxiliam na proteção da mucosa gástrica contra o meio ácido e trituração chamadas mucosas, células principais, as quais secretam pepsinogênio, e células produtoras de ácido clorídrico chamadas de parietais.




A produção do HCl na luz estomacal: 

O CO2 migra do sangue para a célula parietal onde é hidratado pela enzima anidrase carbônica e vira um ácido forte e se dissocia rapidamente para bicarbonato e H+, este vai para o sangue através de uma bomba (transporte com gasto energético) enquanto K+ entra na célula e aquele sai da célula para o sangue enquanto o Cl- entra na célula.

 - Cloreto + H+ viram o ácido clorídrico na célula parietal e o bicarbonato, que foi para o sangue, causa o fenômeno conhecido como maré alcalina ou alcalose metabólica, o que após uma refeição rica em proteínas acarreta sonolência devido à alcalose sanguínea.





















 * O omeprazol é uma substância que, quando indicada por médicos, deve ser ingerida 15 minutos antes da refeição uma vez que age inibindo a ação da H+K+-ATPase, reduzindo bastante a quantidade de HCl formado, protegend assim a mucosa gástrica durante a digestão.

  Entre as consequências do HCl está a desnaturação de proteínas, que é a perda da função da proteína devido à perda da sua estrutura terciária.



 - A enzima que quebra a proteína é uma endopeptidase porque rompe uma ligação peptídica no interior da cadeia, por isso a desnaturação (desnovelamento) é importante na degradação da proteína.

 - Além disso, o HCl é um anti-séptico gástrico, ativa o pepsinogênio para virar pepsina, regula a motilidade e o esvaziamento gástrico e estimula a produção do suco gástrico através de receptores no duodeno (para onde segue o alimento que sai do esvaziamento)

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 - Pepsinogênio é secretado pelas células principais da parede do estômago e o tripsinogênio e o quimotripsinogênio são secretados com o suco pancreático. O pepsinogênio é transformado em pepsina, perdendo um pedaço, através do HCl mas a pepsina também pode se ativar sozinha; o Tripsinogênio é ativado como tripsina pela ação da enzima enteroquinase que se encontra na borda em escova da mucosa intestinal. Já a quimotripsina, ativada pela tripsina, é quebrada e seus fragmentos permanecem unidos por ligações de enxofre.



* A pró-elastase e a pró-carboxipeptidases também são ativas pela tripsina, sendo a primeira transformada em elastase e a segunda em carboxipeptidase.
 - As aminopeptidases e as peptidases intracelulares são secretadas já na forma ativada.

  As proteases atuam quebrando a ligação peptídica entre aminoácidos específicos:


 * As aminopeptidases quebram a ligação peptídica da ponta amino-terminal enquanto as carbonopeptidases rompem a ligação da ponta carboxi-terminal.

  Os oligopeptídeos (com 3 ou mais resíduos) podem sofrer a ação da enzima da borda em escova chamada carbono-amino-peptidase que forma os aminoácidos, os di e tri peptídeos e ainda os oligopeptídeos remanscentes. Quando eles olipeptídeos possuel na penúltima posição uma prolina ou uma alanina eles ainda podem sofrer a ação da enzima dipeptidil aminopeptidase, que libera um dipeptídeo da ponta amino-terminal.






  Digestão e absorção intracelular de di e tripeptídeos:

 - Uma membrana basolateral das células do intestino (duodeno) transporta o sódio para fora e o potássio para dentro formando um gradiente onde o Na+ é muito mais concentrado no meio extracelular, um trocador sódio-H+ utiliza esse gradiente para formar um gradiente de H+ que é utilizado para internalizar os di e tripeptídeos nos enterócitos.

 - Os di e tripeptídeos que entram nos enterócitos sofrem a ação de di e tripeptidases que os quebram em aminoácidos que ganham o interstício e depois a corrente sanguínea pelos capilares e serão conduzidos pela veia porta para o fígado.